Esquece as definições que dizem que Storytelling é “a arte de contar histórias” ou a forma de “transmitir conteúdo por meio de enredos“.
Estas definições por si só já são quase o contrário do que o Storytelling é e faz.
Se “story” é história e “telling” é contar (ambas traduzidas do inglês), dizer que storytelling é a arte de contar histórias parece até meio parvo.
Então o que é Storytelling?
Storytelling é a forma de fazer os teus clientes perceberem a tua mensagem de forma tão clara que acabas por vender sem vender.
Ponto final.
O Storytelling nos negócios é apenas isto: um método para que a tua mensagem seja clara.
As pessoas compram o que é fácil de entender.
E o storytelling é uma forma simples de explicar as coisas.
Mas vamos começar pelo início.
O que é Storytelling
Vamos dar-te 2 perspetivas e exemplos do que dissemos ainda há pouco.
A tua perspetiva sobre o teu negócio ou serviço quando o explicas a um potencial cliente deve ser algo parecido isto:
A gestão de redes sociais é essencial para qualquer negócio atualmente. Quando mais presente a tua empresa está, quanto mais ativa é, mais fácil é de as pessoas enviarem mensagem e interagirem contigo. É preciso trabalho consistente para vencer.
Agora tu tornas-te cliente e esta é provavelmente a tua perspetiva sobre a compra de um computador:
Uma RAM de 4Gb com um processador Intel 1.8Ghz é suficiente para uso esporádico. Mas se o caso for a utilização mais frequente, especialmente de programas mais pesados, uma RAM de 12Gb vai fazer toda a diferença, especialmente com um processador i7.
Da mesma forma que, no segundo exemplo, quando eras o cliente, tu podes não ter entendido bem a linguagem utilizada por quem te aconselhou o computador, nem sempre os teus clientes também entendem o que significa “ser ativo nas redes sociais”.
Isso é algo tão vago e intangível e é difícil entender.
O storytelling é o que vais querer ter aplicado logo desde o início no teu negócio.
O storytelling no marketing digital e nos negócios tem vindo a crescer, muito por causa de influeciadores importantes do mercado online.
O primeiro contacto que tivemos com storytelling nos negócios foi através do livro do Donald Miller: Building a StoryBrand.
E foi como se a cabeça explodisse.
Fazia tudo tanto sentido que era até ridículo ninguém que eu conhecia se ter apercebido daquilo. Ter já aplicado aqueles conhecimentos.
Desde aí, toda a comunicação da Bizy mudou.
Aprendemos que a nossa mensagem tem de ser suficientemente clara e simples ao ponto de uma criança de 5 anos entender o que fazemos e o que queremos dizer.
A importância de ter clareza no Storytelling
Apesar de toda a evolução, o nosso cérebro ainda é primitivo.
E tudo o que faz é para os proteger.
Isso inclui poupar energia para qualquer eventualidade ou dano.
Então tudo o que seja mais difícil de entender ou que não seja fácil de visualizar é quase rejeitado pelo nosso cérebro.
Porque pensar em algo difícil ou tentar dar sentido a algo intangível é uma atividade que exige muito esforço.
Quando tentamos explicar às pessoas o que é storytelling, regra geral pedimos que pensem na melhor publicidade que viram ultimamente.
Grande parte das pessoas lembra-se de grandes marcas como a Coca-Cola, Vodafone, Apple, Nike…
Outras de marcas mais pequenas em que temos de pesquisar o anúncio.
Todos, sem exceção, têm o storytelling em comum.
A storytelling e a publicidade (pelo menos as campanhas de maior relevo e resultado) andam de mãos dadas desde sempre!
Seja de forma mais clara, como este anúncio da Coca-Cola para o Natal de 2020:
Seja de forma menos consciente, como este anúncio (que parece mais engraçado que a contar uma história):
Mas a clareza da tua mensagem não pode estar só presente nos anúncios que fazes.
Deve estar presente em toda a tua comunicação.
Se hoje nos perguntarem o que fazemos, nós não dizemos “somos especialistas em marketing de redes sociais.”
Dizemos que somos pessoas que ajudam empreendedores e microempresas a vender online através de estratégias de copywriting e storytelling.
E aposto que adivinhas o porquê de dizermos as coisas desta forma.
Clareza. Tangibilidade.
Continuamos a ser assistentes virtuais especialistas em marketing de redes sociais, mas só dizer isso não é claro o suficiente.
Uma criança de 5 anos não percebe tão bem essa definição como a definição que diz o que fazemos, para quem e como.
A Marina Ulhôa, uma das nossas mentorias, diz algo que tentamos não nos esquecer nunca:
“O que é fácil de entender é fácil de vender.”
O que Não é Storytelling
Neste momento já entendeste o que é storytelling e já tens alguma noção de que vai ser benéfico para ti e para o teu negócio.
Mas, para ficar totalmente claro, não basta saber o que é.
Também é preciso que saibas o que não é para que não confundas termos.
Marketing de conteúdo
Storytelling pode ser aplicado em marketing de conteúdo mas não é marketing de conteúdo.
Este tipo de marketing é largamente utilizado pela Bizy (e vai continuar a ser) e largamente aconselhado também.
Porque ele vive e vence há imensos anos e nunca vai deixar de ser relevante.
E sim, embora storytelling possa ser aplicado ao marketing de conteúdo, são coisas diferentes.
Marketing de conteúdo tem o intuito de te tornar uma autoridade e aumentar o alcance do teu negócio.
O objetivo é partilha pura de conhecimento.
Mas já vimos o que é storytelling e, embora te ajude a aumentar autoridade, o seu principal intuito é simplificar mensagens, estabelecer conexão.
Copywriting
Quantas vezes não vemos pessoas a tentar explicar o que é storytelling e, no final das contas, explicam o que é copywriting?
Já temos um artigo que fala da diferença entre os 2.
Copywriting tem como único intuito a venda.
E, mais uma vez, storytelling pode (deve, até) ser aplicado no copywriting. Mas o objetivo principal volta a não ser vender e sim gerar conexão.
Estás a compreender o padrão?
Storytelling pode ser utilizado de uma imensidão de formas desde que com o objetivo de gerar conexão.
Quais os usos do Storytelling no marketing digital e nos negócios

No marketing digital, o storytelling está a ganhar cada vez mais terreno.
Mas porquê? E porquê agora?
Não existe prova científica para isso, mas basta tirar algum tempo para observar o mercado.
Estamos na era da overdose de informação.
Estamos na era em que consumimos mais informação que a que conseguimos processar.
Há 1001 cursos disponíveis a baixo preço, 1001 métodos miraculosos que nos fazem ricos da noite para o dia.
E nós passamos o dia colados a esses cursos ou ao ecrã de um telemóvel ou computador a (pasme-se) consumir conteúdo.
Na era dos 1001 conteúdos, os que mais ficam são os que se destacam. Os diferentes.
Não diferentes por terem um efeito “uau” ou efeitos especiais extraterrestres.
Mas diferentes a nível emocional.
Se já há 1001 conteúdos diferentes, não é o assunto de que falas que vai ser diferente, mas a forma como falas desse assunto.
A tua perspetiva, a tua história com o tema.
E, ao contares histórias, estás a levar o teu cliente e a tua audiência numa jornada, quase como um filme.
As histórias não só despertam emoções como geram conexão.
E o que é storytelling? Histórias.
As pessoas conectam-se com pessoas. As histórias ajudam-nos a conectar de forma mais simples.
Quem ouve a tua história vai sentir-se mais próximo de ti. Vai conseguir interligar pontos comuns.
E vai entender que tu compreendes a dores e frustrações por que essa pessoa está a passar – porque a tua história demonstra isso mesmo!
Então, só por aqui, já consegues ver que o potencial é gigante!
Porque quando as pessoas se conectam contigo, a tua marca deixa de ser só um negócio e passa a ser uma pessoa real de que as pessoas se sentem próximas.
E isso leva-as a comprar. E a comprar outra vez. E a comprar novamente.
Os 3 pilares da narrativa no Storytelling
Se o storytelling é conexão, o papel do storytelling no marketing digital e nos negócios é o de levar a conexão à ação.
Isso consegue-se através da narrativa.
Aprendemos com o Leandro Aguiari que narrativa é sequência.
A narrativa é, então, o GPS da tua comunicação.
É o que leva as pessoas a percorrer as fases da tua história. É o que traz sentido a tudo.
Todas as histórias têm pontos que precisam de se interligar para fazer parte de uma história.
A narrativa une esses pontos e traz sentido às coisas – seja sentido literal ou emocional.
Pilar 1 – Pessoas

Se as histórias ajudam a conectar pessoas com pessoas, então é natural que um dos pilares sejam as pessoas!
Em todas as histórias há um personagem principal: o herói.
Esse herói é quem passa por todas as fases: encontrar o problema, duvidar de si mesmo e das suas capacidades, encontrar o mentor, agir sobre a solução, conseguir atingir o objetivo.
Esse herói já foste tu. E, quando contas a tua história, continuas a ser tu.
Mas quando a história que queres contar é a dos teus futuros clientes, tens de lhes dar o papel de heróis.
O primeiro e grande pilar assenta, então, em 2 coisas:
- O herói não és tu, mas o teu cliente. Tu és apenas o seu guia ou mentor;
- O teu herói não é um público-alvo (isto é, um aglomerado de pessoas), mas a tua persona ou avatar (isto é, uma pessoa quase real, com nome, idade e interesses reais).
Os grandes argumentistas e escritores falam visualizam a persona e não um grupo de pessoas. Tu tens de aprender a fazer o mesmo e falar para uma pessoa só.
Essa pessoa vai personificar-se na pele de representante de todo o público-alvo.
Vai ser a pessoa com quem os outros se vão identificar e vai ser através dessa pessoa que vão gerar conexão com a tua marca e o teu negócio.
Pilar 2 – Luta interna

O segundo pilar que se aplica em tudo o que é storytelling é a luta interna.
Pode até parecer meio à filme, mas todos nós lidamos com lutas internas diariamente:
- Devemos comer o que nos apetece ou apenas o necessário?
- Temos realmente de ir treinar e fazer desporto? Ou posso simplesmente deixar-me ficar na cama?
- Será que devo fazer o que é certo e contar uma verdade a alguém ou deixar que a pessoa seja feliz como é, na ignorância?
- Devo realmente comprar este serviço ou posso viver sem ele?
Todo o herói tem de resolver o conflito. Escolher como lidar com ele ou como o resolver.
No caso de um cliente, a luta interna está em resolver um determinado problema.
Será que o resolve sozinho ou pede ajuda?
Se pedir ajuda, a quem vai pedir?
Por mais mundanas que estas questões possam ser, certo é que elas existem.
E o nosso trabalho, como guias ou mentores (no teu caso, o teu negócio age como guia ou mentor) é aconselhar essa pessoa na medida do possível.
E podemos (devemos) fazê-lo através de storytelling.
Contando histórias passadas, ou mesmo contando a história da vida da pessoa ao utilizar a solução que lhe estamos a sugerir (compra do nosso produto ou serviço).
Pilar 3 – Final feliz

Levante a mão quem não gosta de histórias com finais felizes 🙋♀️🙋
Levante agora a mão quem não quer que os clientes comprem o produto ou serviço.
O final feliz nada mais é que a resolução do problema – a luz ao fundo do túnel.
Quando aplicamos os usos do storytelling nos negócios, o final feliz passa pela compra do nosso produto ou serviço.
Passa por o cliente perceber que nós somos um aliado, um meio para atingir o objetivo, que nós somos a pessoa certa para o acompanhar na jornada.
Então quando o storytelling é aplicado na nossa comunicação e no nosso marketing, ela tem de ser genuína, simples e levar o cliente na direção deste final feliz.
Deve conseguir levá-lo à resolução da luta interna.
O que é storytelling no marketing digital sem ação?
Nada.
Absolutamente nada.
Nada no marketing digital existe com resultado sem as chamadas para a ação (CTAs).
Se nos posicionamos como guias, pessoas ou negócios que ajudam o nosso herói a atingir um objetivo, temos de o convidar a tomar a ação que vai ajudá-lo a resolver a luta interna.
A chamada para a ação pode ser feita de 2 formas:
CTA Direto
Chamar literalmente a pessoa para a ação, de forma a conseguia resolver a luta interna assim que possível.
Estes CTAs são fáceis de identificar e os mais comuns.
Alguns exemplos:
- Encomenda a tua pizza agora
- Agenda uma reunião gratuita de 30 minutos
- Faz download do eBook para aprender a usar Storytelling nos negócios
CTA Indireto
Chamadas para a ação subtis, que não têm necessariamente um botão ou chamada imperativa de “compra agora!”
Quem usa CTAs indiretos muito bem são (precisamente) as grandes marcas.
Alguns exemplos:
- A McDonald’s nunca diz “vem comer um hambúrguer em família”. Eles mostram uma família feliz com crianças a comer um happy meal. E as famílias querem um momento assim
- A Nike não mostra as novas chuteiras. Em vez disso, põe o Cristiano Ronaldo a usá-las e todos os jogadores a quererem ser o CR7
- A Apple não diz “compra o novo iPhone”. Eles mostram pessoas individuais que são a personificação do que milhares de outros querem ser: empreendedores.
Conclusão
Se passaste já para esta parte, deixa-nos sumarizar o artigo
O que é storytelling, afinal?
Storytelling é o método de te diferenciares de toda a concorrência na altura de fazer os teus clientes perceberem a tua mensagem, ao ponto de ela ser tão clara que acabas por vender sem vender.
Uma definição um pouco mais alargada que no início e que já inclui grande parte do que vimos no artigo.
As pessoas compram o que é fácil de entender. Não querem passar horas a tentar descobrir se aquela é a solução.
Através do Storytelling e dos 3 pilares (Pessoas, Luta Interna e Final Feliz), nós (o negócio) conseguimos simplificar a tomada de decisão.
Sabendo o que é storytelling, deves usar no teu negócio?
Sim! Mil vezes sim!
Porque, mesmo que esteja a ser mais utilizado, o storytelling no marketing digital ainda é quase inexistente.
E é quase garantido que os teus concorrentes não o usam.
Diferencia-te. Cria conexões com os teus atuais e futuros clientes.
Agora que sabes o que é storytelling, não há desculpas para não aplicar.
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